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Os Doze Ciclos da Verdade para que a Paz se Manifeste
Faz tempo que penso em escrever sobre um aspecto citado no livro da Jamie Sams, chamado "As Cartas do Caminho Sagrado" (Ed. Rocco) que além de oráculo considero muito interessante para auto-conhecimento e aprendizado.
Basicamente o livro e suas cartas abordam os ensinamentos de vários povos nativos norte-americanos.
O aspecto que quero citar é da carta "Roda do Arco-Íris", que fala da Unidade e Consciência da Totalidade.
Enquanto eu preparava este material, Brother Moloch publicou um excelente artigo, Lying About the Truth (Mentindo sobre a verdade) onde comenta sobre as mentiras do mundo e como acabam fazendo parte de nossas vidas e a maneira com que lidamos com ela.
Aqui eu quero comentar sobre a busca da verdade como parte de um caminho pessoal.
Os Doze Ciclos da Verdade para que a Paz se manifeste.
A tradução da edição brasileira por uma falha menor de edição infelizmente omite uma destas (realmente está faltando) e por isso cito aqui a versão integral do mesmo, mas extraído de uma entrevista com uma famosa anciã do povo Seneca, a Vovó Twylah Hurd Nitsch.
"Meu avô me ensinou a seguir os Doze ciclos da verdade e os caminhos da paz para preservar minha totalidade e me ajudar a caminhar em equilíbrio e cumprir a missão da minha vida. Eles são:
1-aprender a Verdade,
2-honrar a Verdade,
3-conhecer a Verdade,
4-ver a Verdade,
5-ouvir a Verdade,
6-falar a Verdade,
7-amar a Verdade,
8-servir a Verdade,
9-viver a Verdade,
10-trabalhar a Verdade,
11-compartilhar a Verdade
12-ser grato pela verdade. O Caminho da Paz está vivendo em harmonia com esta filosofia antiga.
Eu conheci este livro nos anos 90, e como não tinha acesso a edição original, sempre senti falta de mais um aspecto, assim acabei por meditar procurando qual seria a parte faltante e concluí que seria "ser verdadeiro". Veja, isso foi muito antes da Internet e certamente na época eu não iria importar o livro original para conferir isso.
Mas foi um exercício pessoal muito interessante.
E para mim "ser verdadeiro" sempre fez parte da minha índole pessoal. E entendo como isso está contido nos 12 aspectos.
Mas a a parte que faltava, só muito depois descobri ser "ouvir a verdade".
E uma amiga íntima muito querida também observou isso. Pessoa a quem sempre agradeço muito.
Ser verdadeiro é apenas um resultado da aplicação em nossa vida destes aspectos.
Seria como o 13º aspecto que assim como para os cristãos seria lembrar que eram 12 apóstolos e mais o 13º, a fonte a ser ouvida.
Seguir os 12 ciclos e ser verdadeiro.
Então, percebi que o aspecto faltante na lista seria "Ouvir a verdade".
Leia os itens acima novamente. Pode parecer um pequeno detalhe mas isto fez muita diferença para mim.
E por que? Será apenas um único aspecto?
Bem, 1995-96 foi um período de contatos extremos com as forças espirituais, eu dentro disso fiz um ritual formal e com um juramento iniciático pessoal sobre os dozes ciclos, me comprometendo a seguí-los. Um simples motivo pelo qual não posso mentir. Posso estar errado nalgum posicionamento, mas eu vou dizer o que sinto e entendo.
Porém se estiver errado, estou aberto para reconhecer o erro e aprender. Faz parte.
E é a partir daqui que continuo este texto.
Muitas pessoas associam o ocultismo com espiritualismo ou que sejam parte de alguma religião.
Mas não é bem assim.
O ocultismo basicamente é uma linha de estudo e práticas a respeito do paranormal, etc. e que não necessariamente faz parte das tradicionais linhas científicas e até mesmo é proibido em certas religiões.
É o estudo do oculto, aquilo que não é revelado de forma mundana. Sugiro que você se divirta procurando primeiro de tudo, os significados mais básicos nos dicionários formais de seu idioma. Só depois olhe e compare as muitas definições que vai encontrar nos muitos livros dessa área.
Muitas áreas do ocultismo são também parte das linhas espiritualistas e tantas religiões.
Daí ser normal uma certa confusão em relação ao significado e aplicação destas palavras.
Para praticar magia não precisa ser espiritualista ou meditar. Daí termos a Teurgia e a Taumaturgia.
Da mesma forma, uma pessoa espiritualista pode não aceitar a magia.
E uma pessoa religiosa pode considerar a magia algo normal. Vide as religiões africanas, Taoistas ou simplesmente o uso dos Salmos nas tradições de origem cristãs.
E ao mesmo tempo, mesmo pessoas destas religiões não aceitam a magia por algum motivo.
Assim temos a magia baseada em espíritos, anjos, divindandes, etc. tanto quanto existe uma linha chamada de "modelo psicológico" da magia, em que seus praticantes não acreditam na existência de espíritos e acham que tudo está dentro da mente das pessoas.
Pessoalmente eu discordo do modelo psicológico por experiência pessoal. Citando um comentário de Rufus Opus, seria preciso ser muito narcisista para pensar que todo Universos já está dentro da mente da própria pessoa.
A maneira como percebemos as coisas tem a ver com o nosso próprio desenvolvimento nas diversas áreas da vida.
Assim, mesmo que não seja espiritualista, de alguma maneira os ocultistas também vão ter um desenvolvimento nessa área mesmo que não sigam certas práticas ou busquem por isso. Apenas vai ser algo que vai acontecer com o tempo a medida que aprendem mais, estudam e passam a observar tantas coisas relativas ao mundo e suas energias que assim acabam por ter também um desenvolvimento nestes aspectos.
E assim falamos de desenvolvimento pessoal.
Eu tenho uma linha espiritual que começou primeiro pelos aspectos mentalistas, cartesianos. Livros, estudos, práticas que podem ser feitas até de forma mecânica se houver todo o necessário esforço e aprendizado para isso.
Mas ao mesmo tempo, fui percebendo que isso estava relacionado a energias do mundo e apesar de ter dificuldades em fazer uma conexão entre resultados e as coisas que observava, já percebia que havia algo mais, as forças espirituais. Apenas não sabia como lidar com elas e continuei por muito tempo usando a minha mente, como principal canal de manifestação, mesmo que já tivesse uma percepção quanto a outras forças atuantes no universo.
Certamente minha vida era bem mundana e com tanta informação certamente era estranho lidar com as pessoas nessa vida e ao mesmo tempo em busca de outros horizontes.
Então descobri a meditação e meu Mestre e fiz uma guinada drástica na minha vida da noite para o dia. Uma experiência que já relatei nos foruns de magia.
O principal foi perceber que o único que poderia mudar era a mim mesmo. E começou a grande caminhada descobrindo a cada dia outros aspectos e pontos de vista a serem estudados e conhecidos.
Aprendi a meditar, observar o mundo, a quebrar dogmas e paradigmas que eu carregava comigo tanto pela formação social e familiar, quanto pelos meus próprios estudos que até então apenas tinham sido informação que eu não sabia realmente como usar.
Meditação tornou-se parte da minha vida assim como estar aberto a experiência, não aquela das crenças, mas minhas próprias experiências. Descobrir o novo, questionar, aprender, observar e experimentar. É por isso que digo que falo a partir de minhas próprias vivências. Eu gosto de estudar, sempre tive paixão pelos livros, por estudar outras vidas e como as pessoas conseguiram seus resultados. Mas isso é informação que pode ser útil certamente, mas quando você mesmo faz suas experiências arrisca-se a descobrir outros aspectos e novos horizontes.
E perceber o quanto a magia está relacionada a isso nos seus múltiplos aspectos.
Ver, ouvir, respeitar, ser grato, etc.
Como citei ao início, a magia para mim também é parte da busca espiritual, de uma maneira de viver e sentir a vida. Um ponto de vista pessoal certamente, pois continuo sendo um buscador do eterno, de perceber a vida em todos seus aspectos e a magia é para mim uma maneira de nos ligarmos ao todo, em suas múltiplas manifestações.
Novamente vemos como certas denominações tem mais de um sentido, como por exemplo a Alquimia, que tanto é uma área da magia quanto também se refere a alquimia interior, a transformação espiritual.
Assim nos tornamos ativos em relação a existência e não apenas mero espectadores.
Depois de muitas vivências nestas décadas, percebi que algo estava faltando quando busquei os doze ciclos da verdade como algo a trabalhar em mim mesmo.
E foi justamente o citado ao início: "ouvir a verdade". Eu percebia as coisas, procurava observar os aspectos. Mas de uma certa forma não estava realmente ouvindo. E por causa disso, tantas vezes eu pensei ter sido vítima de minha própria compaixão ao permitir que tantas coisas acontecessem ou fossem feitas em relação a mim, até mesmo me prejudicando.
Mas na verdade, eu estava recebendo a informação, mas não estava "ouvindo".
Portanto, não foi apenas compaixão. Foi não dar a necessária atenção ao que me era apresentado.
E certamente fiz muitas escolhas e tomei decisões erradas e que afetaram primeiro a mim e noutras vezes as pessoas que eu amava.
Ouvimos as coisas e ainda assim, optamos por diversas razões, a seguir outras opções. Chame isso de compaixão, paciência ou escolhas pessoais. Mas seguir o caminho do "bem" as vezes também significa ter que agir contra aqueles que buscam nosso mal.
O importante é manter a busca para realizar em nossa própria vida estes doze ciclos da verdade.
Um único aspecto pode fazer muita diferença em tudo o que vamos descobrir e aprender. São as bases para que tenhamos raízes sólidas naquilo que fazemos.
Isso tem muito a ver com a própria Roda da Vida do Tarot quando nos apresenta seus aspectos evolutivos e involutivos e faz parte do processo de cura de nossos aspectos pessoais para uma vida harmoniosa.
Quando deixamos de perceber algum aspecto, ou fazemos escolhas, isso pode até nos desviar de nosso caminho e teremos outras experiências que por um lado vão adicionar mais informações sobre o que podemos entender como certo ou errado, ou como adequadas ou não aos objetivos maiores que tenhamos em vida.
Mas o principal é nunca desistir de buscar a verdade. E ser grato por ela.
P+
04/08/2017
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